quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O dia da independência

Não lembro o que acontecia na minha vida quando fez um mês que comecei a fumar. Para ver como certas coisas não são marcantes assim na vida. Em compensação, lembro muito bem o que decidi no dia 22/1. Lembro da sensação de acordar de ressaca, da dúvida constante - será? será? será? -, da vontade insuportável, dos acordos comigo mesma - vamos ficar só mais um pouco na cama pra não ter vontade de fumar -, do choro quando vi que não tinha mais como voltar atrás e o jeito era segurar a vontade, do namoradão dizendo "tem que aguentar".

Continuo na luta esquizofrênica diária para me manter longe do cigarro. Sim, porque o ex-fumante recente escuta vozes. De verdade. "Fuma só um. Um só não faz mal. Lembra que dizem que grávida pode fumar até três? Se não faz mal pra grávida, não faz mal pra ti". "Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não". É assim o tempo todo. Vozes. Nãos.

Um mês depois eu consegui parar de roer as unhas, voltei pros eixos com a comida, meu fôlego já me permite correr 20 minutos e melhorei outras coisas que nem achei que melhorariam. Já consigo tomar cerveja sem sentir aquela vontade insuportável de fumar e não dependo mais dos chicletes de nicotina. Ainda quero sentir os efeitos na pele (por enquanto ela continua igualzinha) e poder usar todo o potencial do meu fôlego.

Adoro voltar pra casa sem precisar ver se ainda tem cigarro (pq deusulivre ficar sem), adoro não precisar ir comprar cigarro antes de ir a algum lugar porque sei que lá não tem para vender. Adoro não ficar irritada porque escolheram um bar que não dá pra fumar (e que não tem área externa próxima onde dê). Adoro não precisar catar as moedas dentro de casa porque faltou dinheiro pro cigarro. Adoro não precisar trocar de roupa ou bolsa porque não tem lugar para guardar o cigarro.

Certas datas são bem marcantes. E o 22/1 virou uma dessas datas que nunca saem da cabeça.

22 de janeiro de 2011, o dia em que declarei independência.

6 comentários:

  1. Adorei teu blog! Te admiro! Nao fumo e nunca fumei mas faz tempo que rebolo para deixar a unha crescer.

    Força ai!
    Beijao

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    1. Que bom que tu tá gostando!!! Fico bem faceira! No fim das contas é um vício também. Eu comia os dedos! Pelo menos até os 20 anos de idade, não tinha unha. Depois consegui começar a controlar e comecei a mantê-las sempre pintadas (aprendi a fazer a minha própria unha pra conseguir manter). Depois de um bom tempo elas começaram a nascer bem mais fortes! Com essa de parar de fumar, dei umas escorregadas nas unhas, mas agora elas tão compridas de novo (e elas que renderam esse outro blog www.bolsadepandora.com)!

      Brigadão, queri!!!

      beijocas

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    2. Corujinha, adoro a tua determinação! Conta comigo pra te incentivar a continuar assim. Pq eu sofri muito quando parei de fumar e pedia pras pessoas não ficarem perto de mim, pq definitivamente eu sentia muita vontade de fumar. E fiz isto várias vezes - fumar só 1. Depois fumava só quando bebia com amigos. Depois fumava só quando viajava, pq me sentia sozinha...... putz é tri difícil.
      Quando decidi que só estava me enganando, parei de vez!
      Espero nunca mais voltar, pq ainda hj sou capaz de sentir vontade de dar um pito.... bjus

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  2. Claudinha, ainda tenho que escrever sobre tu!

    E tu viu, Elen??? Yes, we can! ;)

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