quinta-feira, 31 de maio de 2012

Eu também parei: Manu Colla


A Manu é ótima! Parou há seis meses e é dela este relato para o Eu também parei:

Assim, como tu, esse é meu primeiro Dia Mundial sem Tabaco de verdade! Lembro que nos outros anos a data me incomodava porque era sempre um lembrete dos meus amigos "olha, hoje era um dia bom pra parar"...


Eu estou sem fumar desde dezembro do ano passado depois de dezessete anos como fumante. Comecei a fumar de bobeira e, depois, o embalo continuou na faculdade, ainda de bobeira. Afinal, que jornalista não gostava de fumar E tomar café?


Vou te contar que não foi fácil. Não tomei remédios nem usei adesivos, nas primeiras semanas achei que ia matar alguém e foi preciso terapia pra entender que era importante eu ser humilde diante do vício. Entender que era MUITO difícil parar de fumar, um super desafio pra mim, e que eu precisava substituir aquele ritual por outro. Escolhi correr. Deu certo durante o verão, mas daí machuquei o pé num show e ainda não retomei a rotina da corrida por medo de machucar mais ainda. A ideia é voltar pra natação, agora com mais fôlego.






Não sei se parei pra pensar na minha vida sem cigarro. Na verdade, não parei não, foi teu convite que me provocou isso e te digo: minha vida mudou 100% pra melhor. Pouquíssimos amigos ainda não fumantes e tive a sorte de pegar uma época em que alguns deles também estavam parando, e a galera aqui do trabalho também. Fumar virou uma coisa brega - acho que só era legal lá na época do Mad Men, mesmo, e hoje em dia é muito mais normal gente torcendo o nariz pra cigarro do que o contrário. Cuidei pra não virar uma daquelas ex-fumantes xiitas que reclamam ao menor sinal de fumaça por perto ou ficam militando pra todo mundo parar de fumar. Sempre odiei quando as pessoas em volta me enchiam o saco pra parar de fumar. 


Acho que, como qualquer outra droga, a iniciativa de parar tem que ser de quem é viciado, por isso a militância pouco adianta. Pra mim foi bacana porque finalmente entendi o que sempre soube que seria um benefício de parar de fumar: a pele melhor, hálito gostoso, mais fôlego, disposição. Sentir isso no cotidiano, depois de tanto tempo como fumante, é muito bacana. Confesso que me deixa feliz não enfrentar nenhum tipo de hostilidade dos amigos e conhecidos, também. O único porém é que acabei engordando, mas. diante dos benefícios, não me importei muito com isso. 

Manuela Colla - jornalista

Eu também parei: Luciana Fumo Zero!

A primeira história do Eu também parei é a da Lu, que parou há três meses e 15 dias:

Creio que vontade de parar de fumar, todo o fumante tem. Eu pensava nisso até quando estava saboreando uma bela tragada. Muitas razões me levaram até a decisão de parar: os apelos e orações da minha mãe, os argumentos orquestrados dos meus sobrinhos Manoela e Matheus, as orientações do Dr. Drauzio Varella (sim!) e, principalmente, a minha vaidade e vontade de viver até ficar velhinha. Fiz as contas e percebi que metade da minha vida foi acompanhada ou algemada ao “Free Maço Vermelho”, portanto mais do que suficiente. Esta é terceira vez que decido parar. Na primeira – há 17 anos atrás – fiquei 11 meses longe do cigarro e na segunda vez apenas três meses. Não é fácil, aliás, é bem difícil, mas estou tratando o assunto como uma guerra, uma batalha de cada vez, por isso fiz um plano para parar em cinco dias, que escrevi a mão, como um compromisso. Chamei de Projeto Luciana Fumo Zero!


1º dia – 10 cigarros (metade do que eu fumava normalmente), sendo que o primeiro só seria aceso 2h depois do habitual, ou seja, 10h da manhã.
Fumei 8 no total.
2º dia – 8 cigarros, sendo que o primeiro ao meio-dia.
Fumei 5 no total.
3º dia – 5 cigarros, sendo que o primeiro só depois do almoço.
Fumei 3 no total.
4º dia – 3 cigarros, sendo que o primeiro só no final do expediente.
Fumei 1 no total, antes de dormir
5º dia – 1 cigarro.
Não fumei mais. Neste dia, sexta-feira de carnaval, embarquei rumo ao Rio de Janeiro.


Fiquei hospedada na casa de uma amiga e estávamos em sete pessoas. Para o meu alívio, nenhum fumante. Fizemos carnaval de bloco em Santa Tereza, aqueles que reúnem milhares de foliões nas ruas. Logo no primeiro bloco, me perdi dos amigos e avistei a cena – tipo câmera lenta – um cara acendendo um cigarro no meio da multidão. Paralisei e só pensava em me jogar naquele homem pedindo pelo amor de Deus que ele me desse um cigarro ou eu sairia atrás dele até que a bituca caísse no chão. Foi neste momento que eu comecei a escutar a vaia, primeiro discreta, mas que foi tomando corpo junto com exclamações do tipo: Não! Cigarro Não! O sujeito, super envergonhado, jogou o cigarro no chão, deu um sorriso para a multidão e pisou no maldito. Aquilo me deu o alerta que eu precisava. Eu tinha tomado a atitude certa.


Ela olhou para o cigarro e disse: ASSIM VOCÊ ME MATA - tá, a piada foi horrível, parei. 




Hoje, com alguns quilos a mais, tentando me adaptar ao ritmo de treinos na academia (veja só!), a minha maior alegria foi saber que a minha grande amiga Flávia Dentice também parou inspirada em mim. Por isso decidi colocar aqui o meu “plano”. Vá que alguém se anime também...

Luciana Fagundes – jornalista e ex-fumante!

Feliz Dia Mundial Sem Tabaco!

Sabe que achei que esse seria um dia normal sem cigarro. Mas é engraçado. Tou com aquela sensação de orgulho de mim mesma e gratidão pelo apoio das pessoas que me gostam à flor da pele. Emocionada. Pô, primeira vez que não tou brigando com ninguém no Dia Mundial Sem Tabaco. Sério! Eu era daquelas fumantes que brigava mesmo. O engraçado é que agora que parei de fumar senti a data de forma positiva, até porque todas as abordagens do dia foram de congratulações (e foram poucas, é verdade).

Mas tou feliz. E como é bom sentir isso.

Te convido a reler os meus três primeiros posts neste blog. O momento em que eu não tava batendo papo com ninguém, como agora. Esses foram os principais momentos em que eu estava tentando apenas não enlouquecer.



Parei! E agora?

Tem vezes que melhora

Te negarei três vezes

Nossa, fico feliz mesmo de não sentir mais isto. De não sentir essa angústia, essa ansiedade. Fico feliz da minha ficha ter caído, de eu estar me compreendendo melhor. Feliz por ter inspirado pessoas muito queridas. Orgulhosa de não precisar mais acender um cigarro. Feliz com meu cheiro, com minhas unhas, com meus dentes, com meu hálito, com a minha pele. Feliz por ter pessoas que me elogiam e estimulam diariamente a me manter firme.

E para comemorar a data, que é especial, sim, chamei pessoas bem legais, que também conseguiram parar para contar suas histórias. Vai começar o Eu Também Parei. Quem quiser participar, mande email para paula.coruja@gmail.com contando sua história. Vou adorar!

Aguardem os próximos posts! E aproveitem este dia!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Meu primeiro Dia Mundial Sem Tabaco

Parar de fumar é uma tarefa complicada. E ingrata. Não tem moleza, não facilidade. Dá um trabalho do cão. E juro que me dá uma tristeza profunda cada vez que alguém que conseguiu passar por esse inferno, ultrapassar a barreira da ansiedade extrema, aparece fumando de novo. Acho triste mesmo. Porque essa pessoa vai, provavelmente, ter que fazer tudo de novo. E, sério, passar por aqueles primeiros dias de novo ninguém merece. Mesmo.

Tava pensando nisso vendo um filme. O nome nem vale ser citado, mas a protagonista foi presa e começava o filme pedindo cigarro (e essa era uma penitenciária em que não podia fumar). Ela passou um tempão, meses, lutando para provar inocência e qual é a primeira coisa que ela faz quando é solta? Vai para casa e acende um cigarro. Ai, achei tão triste, que parei até de pensar no enredo do filme. Aquilo se tornou uma história paralela (e para mim mais importante).



Para quem já chegou tão longe, eu sei que passa pela cabeça acender só um cigarrinho. Sei bem. Mas é tão importante não acender. Não deixar o vício falar mais alto. Não ser tomado por aquela autocomiseração destrutiva, que pensa "azar", "sou um fraco", "todo mundo sabia que ia dar errado". Esse é o principal: lembrar nos momentos de fraqueza que nós temos o controle sobre nós mesmos, que se tivemos até ali, teremos!

Completei meu 4º mês sem cigarro. E estou muito feliz por isso. Esse é o meu primeiro Dia Mundial Sem Tabaco em que eu fico sem tabaco. Confesso que não senti nenhuma emoção extraordinária, só dei aquele aquele sorriso que agora é mais branco e respirei bem fundo sem pigarro e lembrei de como isso é bom.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Nem amputação, nem tatuagem

Quando fiz minha primeira tatuagem, cheguei no estúdio pronta para sentir uma dor parecida com a de uma amputação. Sempre me disseram que doia muito, muito mais do que qualquer ser humano normal poderia imaginar. A verdade? Saí de lá faceira. Doeu, mas não doeu taaaaaaaaaanto assim. Sabe que com parar de fumar a coisa tá indo pelo mesmo caminho?

Tá doendo, claro, mas bem menos do que eu imaginei que seria no início da jornada. Acho que o planejamento foi fundamental para que isto ocorresse. Pensei muito nisso antes, planejei o que fazer nos momentos de desespero e, mais importante, conto com um baita apoio da minha família e dos meus amigos. Achei, mais uma vez, que sentiria a dor de uma amputação, já que eu sentia o cigarro como extensão de mim mesma. Mais uma vez, me enganei.



Tinha uma coisa entre nós (eu e o cigarro) que eu achei que transcendia qualquer relação. É sério, eu entendia o cigarro como extensão do meu corpo. Não imaginava minhas mãos sem ele rolando entre os dedos. Via o cigarro como companheiro, como metade da solução para tudo que me atormentava. Entretanto, deixá-lo de lado, tirá-lo da função de protagonista e ver que, na realidade, ele só tirava o meu brilho e não resolvia nada na minha vida, foi uma baita lição.

Não, não foi como uma amputação. Doeu bem menos que isso. Quando entendi que ele não era eu, não tinha necessidade de sofrer mais que o necessário. Porque, sim, a dor existe, mas acho que mais por conta dessa ficha que cai, de que ele antecipava a nossa chegada negativamente (quem vem ali? pelo fedor de cigarro é a fulana), e que, mesmo fumando 40 cigarros por dia, meus problemas continuavam lá e eu nem deixava de engordar.

A dor não é a da amputação. Nem a da tatuagem. É uma dor chata, mas não maior que nada. É chata porque volta pra incomodar de vez em quando. Mas passa. Até que, uma hora, não volta mais.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Nem tão controlada assim

Tem gente que acha que porque eu consigo falar sobre parar de fumar, sou mais calma. Nada disso. Mais racional sobre o assunto, talvez. Mas não sou nada mais calma que ninguém que me lê aí do outro lado. Ainda mais depois de parar de fumar. Eu também acho os três minutos da crise de abstinência detestavelmente longos. Quase infinitos. Claro, hoje acontecem com menos frequência, mas já me deixaram bem doidinha. Quer ver?



- Já fiz faxina às 2h: a cama tinha pregos. Foi quando achei que teria que jogar fora o tampo do fogão. Esfreguei obsessivamente e nada de limpar aquela droga. No dia seguinte, descobri o melhor desengordurante do mundo (e deixei ele pronto pro surto seguinte).

- Tomei dois litros de Coca Zero numa noite (e mais dois litros de água depois disso): ansiosa? eu? imagina!

- Comi, numa mesma noite, um vidro de palmito, meio de pepino e um de ovo em conserva: nem preciso dizer que as consequências disso foram desastrosas no dia seguinte.

- Decidi que só chocolate me acalmaria. E tinha que ser Talento. E eram 23h: pode parecer banal, mas nada no centro de Porto Alegre está aberto a esta hora. Rodei o bairro a pé e nada. Ainda bem. Quando voltei pra casa, 30 minutos depois, a vontade tinha passado.

- Briguei com a minha irmã porque ela disse que eu tava nervosa. E eu nem tava: ahan, claro. A Sra. Autocontrole gritava histericamente que não tava nervosa, nem brigando com ninguém.

- Insônia, insônia, insônia: essa ainda me ronda de vez quando. Teve uma vez que, na cama, o sono veio às 5h30. O detalhe é que eu acordo às 6h30. #nãotáfácilviver

- Mastigar cabo usb: sim, nojento. Mas completamente involuntário. Sabe aquelas coisas que tu faz e quando te dá conta que tá fazendo joga as mãos pro céu porque não tinha ninguém de testemunha? (o que não adianta muito quando você resolve contar isto no blog)

Bom, tá bem bom, né? Deu pra notar que tive e ainda tenho meus momentos de extrema ansiedade, como todo mundo que para. A diferença é que eu não cogito mais botar um cigarro na boca, apenas procurar meios de não me sentir mais assim.

E vocês? Tudo bem??

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O fumo, o autismo e o alívio

Uma das coisas, como já contei, que sempre me motivou a parar de fumar é a perspectiva de engravidar. Nunca quis que mais alguém pagasse pelos meus erros nos cuidados com a minha saúde. Por isso fiquei tão assustada e, ao mesmo tempo aliviada, com essa notícia do Terra.

Reprodução/Terra


Mulheres que fumam durante a gravidez pode estar mais propensas a ter um filho com autismo de alto funcionamento, de acordo com a pesquisa publicada no jornal britânico Dailymail. "O que estamos vendo é que alguns transtornos do autismo, mais do que outras doenças, podem ser influenciado pelo fumo da mãe durante o período de gestação", disse o autor Professor Amy Kalkbrenner da Universidade de Wisconsin-Milwaukee.


Kalkbrenner e seus colegas fizeram um estudo de base populacional comparando dados de tabagismo de certidões de nascimento de centenas de milhares de crianças de 11 estados para um banco de dados de crianças diagnosticadas com autismo. Eles descobriram que 13% das mães cujos filhos foram identificados como tendo um transtorno do espectro do autismo em oito anos de idade haviam fumado durante a gravidez.


Assustada, porque parece que cada dia surge mais uma doença desencadeada pelo cigarro. Aliviada porque, ufa, parei de fumar e ainda vou levar um tempo para engravidar. Tempo suficiente para que meu futuro filho não pague pelos meus erros.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Quer parar de fumar? Pergunte-me como


Brincadeiras à parte, bastante gente pergunta o que deve fazer para parar de fumar. O que eu fiz não é, necessariamente, o que você deve fazer. Algumas coisas que eu achei fundamentais, vocês talvez não achem, mas acho que na média a gente consegue se entender e chegar a um denominador comum. Parando na força ou com acompanhamento médico, as dicas valem para todos:



Agende-se: para mim foi fundamental uma data para o “vai ou racha”. Planejei cortar os cigarros da manhã e ir diminuindo até parar. Não deu certo. Eu consegui passar um mês me enganando e sem diminuir um cigarro sequer. Então, estabeleci uma data definitiva e me preparei para ela.

Tenha um plano: cortar o cigarro não é nada fácil e os 15 primeiros dias são infernais. Não adianta querer ver na hora o que fazer. Andar sempre com uma garrafa de água, comprar chicletes de nicotina ou adesivos previamente, comprar balas (de preferência sem calorias) e chicletes comuns, preparar palitinhos de cenoura, comprar pepino, chá de camomila. É preciso saber o que fazer quando a vontade insuportável surgir. Faça uma lista e tenha as coisas à mão.

Desassociação: um dos momentos mais complicados. Eu disse para uma amiga, uma vez, que parar de fumar é como terminar aquele relacionamento doentio, que tu racionalmente sabe que só te faz mal, não vai dar em nada, mas que quando menos espera tá nos braços do cara de novo. E como qualquer término tem que ter o ritual de partida: jogue cinzeiros fora, lave roupas, livre-se dos isqueiros, cigarros, tudo que possa te fazer lembrar. Essa também é a hora de perder o hábito, então evite fumódromos, conversas com quem acabou de fumar, mude o horário do café, comece a tomar com leite... Achei esse um dos momentos mais complicados da parada, mas um dos mais necessários. Outra coisa: se você é do tipo que curte um boteco e cerveja, evite por um tempo. Depois de vários copos talvez seu discernimento vá pelo ralo e você esqueça todo o trabalho que passou até agora para parar de fumar. Acho que o ideal é mudar o que você bebe nos primeiros tempos, para evitar sentir saudade da combinação (perfeita) cerveja + cigarro.

Busque um acompanhamento: eu faço acompanhamento com a nutricionista e escrevo este blog. Minha mãe procurou uma pneumologista. Médicos, psicólogos, amigos, enfim, qualquer pessoa com quem você falar sobre o assunto, pedir ajuda, pedir conselhos. Ter alguém que entenda o momento pelo qual se está passando e para quem você possa gritar naquela hora de surto pode fazer a diferença.

Tenha sempre um plano B: é fundamental ter sempre algo para fazer. Eu já fiz faxina às 2h porque não aguentava de vontade. Claro, dê preferência a atividades que não demandem muito raciocínio (porque é impossível se concentrar na crise).

Tente algo novo: que tal começar a correr? Pintar? Dançar? Cantar? Uma nova atividade é sempre um estímulo para continuar.Eu ando tentando correr e tou gostando. Fora que é algo que eu tenho certeza que consigo fazer só porque parei de fumar.

Perdoe-se e saiba recomeçar: deu recaída? Limpe as lágrimas, pare de se lamentar e comece tudo de novo. Cair é normal, saiba se perdoar para estar pronto para começar tudo de novo. E comece tudo de novo.

Premie-se: você está economizando a maior grana parando de fumar. Não custa compensar seu esforço com uma roupa nova, maquiagem nova, perfume novo, ou fazer o caixinha diário para se premiar com uma viagem quando completar seis meses ou um ano de parada. Muito melhor, né?

E aí? O que acham? Todo mundo pronto?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Estou de volta

Sumi, né? Mas não se preocupem, não voltei a fumar. Sumi por causa da correria e por causa dos problemas de domínio desse blog. Agora vocês conseguem vir pra cá pelo www.eupareidefumar.com. Não é lindo? Só que antes de funcionar, passei duas semanas com mensagens de erro rondando a minha vida. Mas vamos aos acontecimentos do período.

Dia 22/4 completei três meses sem cigarro. Comemoro, de verdade. E agora, com cada vez mais naturalidade. Porque ois primeiros tempos, o primeiro mês, tem aquela empolgação de estar conseguindo, mas aquele sentimento de "mataram meu velho amigo" muito presente. Agora não. Cada vez me vejo como uma pessoa que não fuma, que entende porque fumava e que opta por não fazer mais isso.



Outra coisa que aprendi no período é a importância de conseguir se afirmar e tomar o volante da própria vida. Eu não fumo mais porque EU não quero. E saber que estou fazendo algo que partiu de mim para mim é fundamental para sustentar a decisão. Claro que conto com ajuda. Ontem mesmo disse ao namoradão o quanto ele foi fundamental. O quanto aquele "tem que aguentar" pesou. O quanto o abraço forte no meio da madrugada quando eu pensava em levantar para fumar escondido foi decisivo. Porque no início a convicção é fraca, já que a abstinência é grande. Acho que isso faz com o que o apoio das pessoas ao redor seja ainda mais importante.

Ninguém quer vigia, o que precisamos são de estímulos positivos. Que elogiem nosso cheiro, nosso cabelo, nossa pele que ficou melhor. Que elogiem o fato de estarmos segurando firmes, o fato de não termos matado ninguém. Que compreendam as crises de choro, que não falem nada de vez em quando, só nos abracem forte, mostrando que são maiores e melhores companhias que cigarros.

É difícil pra todo mundo. Mas não é impossível. Eu assumi o papel de protagonista da minha vida, do meu corpo, das minhas vontades. Não preciso de cigarro e de nenhuma outra bengala. Preciso, sim, de amor, de companheirismo e de muitos abraços. Como todo mundo.

Tou de volta. Pra ficar.