domingo, 29 de janeiro de 2012

Aquele com as múltiplas tentações

Existem certas situações que foram feitas para o cigarro. Uma situação de estresse extremo por exemplo: nela o cigarro cai como uma luva, te acalmando de algo que pareceu bem grave. Outra combinação perfeita com o cigarro é a cervejinha gelada. Vai dizer: tem melhor que sentar num boteco com uma gelada na mão e um cigarrinho na outra? Quem já fumou sabe como é bom. E se essas duas situações acontecerem no mesmo dia, com intervalo de poucas horas. É aí que entra a força de vontade de parar de fumar.

Estava indo encontrar uma grande amiga pruma saidinha básica. Eu já tinha em mente que seria difícil, mas como essa amiga é uma fumante eventual (e eu sempre fui uma grande fornecedora), achei que não seria um grande problema. Entrei no táxi e fui encarar esta. Como costumo ir a este lugar, sei quanto dá de táxi. O taxímetro rodava em velocidade de bandeira 2, mas marcava bandeira 1. O trajeto costumava dar entre R$8 e R$9. Ainda faltava um bom pedaço e o troço já tinha passado dos R$ 10. Eu tinha certeza de que estava sendo enganada e que aquele taxímetro estava adulterado. Procurei e não vi aquele selinho do inmetro que muitos trazem. Insinuei isto com o taxista e ele começou a me ofender, dizendo que eu estava insinuando a fraude porque eu não tinha dinheiro para pagar. Fiquei irada e mandei ele parar. Entreguei o dinheiro no valor que a corrida tinha dado até então. Mostrei que eu tinha dinheiro na carteira e que se ele era um ladrão, era problema dele, que eu não ia ficar ali bancando a idiota mais nem um minuto. Saí do carro e ele começou a me xingar. Chamei de ladrão e dobrei a esquina. Quando vi, o homem estava atrás de mim. Disse que tinha me marcado e que ia me pegar. Mandei a putaquepariu, mas nisso eu já tremia da cabeça aos pés. Afinal, taxista quando dá pra ser bandido, sai de perto. Eu só não tremia mais porque faltava corpo. Nunca imaginei passar por uma situação dessas numa quinta à noite. Alguém passou fumando do meu lado. Senti aquele cheiro e pensei que fumaria uns cinco cigarros numa só sentada. Mas passou. Cheguei no lugar onde tinha marcado com a minha amiga. Ela e outra amiga estavam sentadas fumando. Pensei de novo naqueles cinco cigarros do estresse. Respirei fundo. Tomei uma água. Passou.

Segunda tentação da noite: a própria noite. O show que assistimos tava tranquilo, afinal, não se pode mais fumar dentro de lugar nenhum. O problema foi depois do show. Encontramos outra amigona, que fuma mais do que eu fumava, e fomos para o bar de um amigo dela, território livre para o cigarro. É, aqui que a porca torce o rabo. A ceva tava gelada, a gente já tava meio bebum, e o cigarro parecia cada vez mais apetitoso. Aqui não teve jeito, tive que apelar para o chiclete de nicotina. Precisei de dois nessa noite. Mas consegui, resisti às tentações.

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Hoje, domingo, completo minha primeira semana, meu oitavo dia, sem cigarro. Desde sexta-feira que não uso os chicletes e continuo me sentindo bem. Ainda tenho vários impulsos de levantar e pegar um cigarro, mas a frequência tem sido muito menor. Dizem que as duas primeiras semanas são as piores. A primeira já foi. Que venha a próxima. Tou pronta.

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